Mais uma tentativa de implantar uma indústria cinematográfica no Brasil, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, surgida em 1949, contava com grandes estúdios, equipamentos modernos, profissionais (como diretores e técnicos) estrangeiros e um elenco fixo, no intuito de emplacar no país um star system como o de Hollywood – modelo no qual as estrelas de cinema são o principal chamariz de um filme. Justamente por isso, seus cartazes (criados por artistas como Aldo Calvo, Túlio Costa, Franchini, Bianchi, Antonio Gomide, Hetenyi Francini, Barbano e Piero Massenzi) se preocupavam menos em antecipar tramas ou cenas de impacto, mas reservavam espaço generoso para os nomes e, claro, a figura de atores e atrizes, sempre retratados com realismo fotográfico. Entre 1949 e 1954, a Vera Cruz produziu ou coproduziu cerca de 40 filmes, entre longas e curtas-metragens de diversos gêneros, muitos campeões de bilheteria, a exemplo das comédias Sai da frente (1952) e Candinho (1954) – ambas com Mazzaropi – e alguns com repercussão internacional, caso de Caiçara (1950), O Cangaceiro (1953) e Sinhá Moça (1953). Por conta de problemas de distribuição e gastos exorbitantes para a manutenção de sua enorme estrutura, a companhia foi à falência em 1954 e chegou ao fim das atividades no final daquela década.