Gaúcho de Rio Pardo radicado no Rio de Janeiro, José Luiz Benício da Fonseca, ou simplesmente Benicio (sem acento agudo no primeiro “i”) é não apenas um personagem essencial das artes gráficas no Brasil, mas da memória visual do país. Além de seu vasto trabalho com publicidade, ilustrações para revistas e capas de livros e discos, Benicio produziu centenas de cartazes de cinema – em torno de 300 – entre o final da década de 1960 e o começo dos anos 1990. Com um estilo realista, influenciado pelo americano Norman Rockwell, ele ficou conhecido por desenhar mulheres estonteantes e pela capacidade de sintetizar numa única imagem o enredo de um filme. Por isso, foi o mais requisitado cartazista do cinema nacional. São de sua autoria, por exemplo, quase todos os cartazes dos filmes dos Trapalhões. Também levam sua assinatura os cartazes de longas-metragens emblemáticos, como Super Fêmea (1973), que lançou Vera Fischer ao estrelato, Dona Flor e seus dois maridos (1976) e Independência ou morte (1972). Com mais de 50 anos de carreira, Benicio continua em constante atividade profissional. Entretanto, com o fim da Embrafilme, no começo da década de 1990 (que diminuiu drasticamente a produção cinematográfica brasileira) e a ascensão das ferramentas digitais nos anos 2000 (que baratearam a criação de cartazes), sua arte desapareceu das paredes dos cinemas.
